Por que algumas pessoas são obesas e outras não?

A obesidade é uma condição de saúde que afeta um número significativo de pessoas em todo o mundo, apresentando implicações sérias para a qualidade de vida e aumentando o risco de desenvolvimento de várias doenças crônicas. No entanto, o entendimento da obesidade como uma doença multifatorial é essencial para abordar de maneira eficaz esse problema de saúde pública. Neste artigo, exploraremos o ponto de vista da endocrinologia sobre as múltiplas causas da obesidade.

Qualidade do sono:

Há evidencias que a má qualidade do sono pode afetar na regulação dos hormônios que controlam o apetite, como a leptina e a grelina, que sofre de apneia do sono, por exemplo, fica mais suscetível a esses desequilíbrios hormonais que pode aumentar o risco de desenvolver obesidade.

Inatividade física:

A falta de atividade física regular contribui para o ganho de peso, pois reduz o gasto energético e promove o acúmulo de gordura corporal. A adoção de um estilo de vida sedentário tem sido associada ao aumento da prevalência de obesidade em diferentes populações.

Tabagismo e etilismo:

O tabagismo e o consumo excessivo de álcool estão relacionados a um maior risco de desenvolver obesidade. Além disso, esses hábitos prejudiciais à saúde estão associados a mudanças no metabolismo e no comportamento alimentar, que podem levar ao ganho de peso.

Desnutrição prévia:

A desnutrição prévia, especialmente durante a infância, pode predispor o organismo a armazenar energia extra sob a forma de gordura. Essa adaptação metabólica é uma resposta do corpo a períodos de escassez alimentar, mas pode se tornar problemática em um ambiente de abundância alimentar, contribuindo para a obesidade.

Transtornos hormonais e medicamentos:

Certos distúrbios hormonais, como hiperprolactinemia e síndrome do ovário policístico, podem levar ao ganho de peso e à obesidade. Além disso, alguns medicamentos, como certos antidepressivos e esteroides, podem causar aumento de peso como efeito colateral.

Superávit calórico:

O consumo excessivo de calorias em relação ao gasto energético é uma das principais causas da obesidade. Dietas ricas em alimentos processados e açúcares, combinadas com um estilo de vida sedentário, contribuem para um desequilíbrio energético que resulta no acúmulo de gordura corporal.

Genética:

A predisposição genética desempenha um papel importante na suscetibilidade à obesidade. Estudos têm identificado diversos genes envolvidos na regulação do peso corporal e do metabolismo, e a interação entre esses genes e o ambiente pode influenciar a expressão desses genes. No entanto, é importante ressaltar que a genética não é um fator determinante absoluto para a obesidade, mas sim uma peça do quebra-cabeça multifatorial.

Ambiente cultural:

O ambiente cultural em que uma pessoa vive pode influenciar seus hábitos alimentares, preferências alimentares e padrões de atividade física. Por exemplo, dietas ricas em alimentos ultraprocessados e comidas rápidas são comuns em sociedades modernas, o que contribui para o aumento da obesidade. Além disso, as normas sociais e as pressões estéticas também podem desempenhar um papel na promoção de comportamentos alimentares inadequados e insalubres.

Transtornos psicológicos:

Transtornos psicológicos, como depressão, ansiedade e transtornos alimentares, estão frequentemente associados à obesidade. Esses transtornos podem afetar o comportamento alimentar, levando a uma maior ingestão de alimentos, atração por alimentos altamente calóricos e dificuldade em manter um estilo de vida saudável.

A endocrinologia reconhece que a obesidade é uma doença complexa e multifatorial, resultado da interação de diversos fatores. É fundamental adotar uma abordagem abrangente e multidisciplinar para o tratamento e a prevenção da obesidade, considerando todos esses aspectos e promovendo mudanças no estilo de vida, incluindo uma alimentação saudável, a prática regular de atividade física e a busca de apoio psicológico quando necessário. Consulte um endocrinologista para auxiliar a enfrentar essa doença da maneira correta.

Dra Vanessa Vasconcelos

Médica Endocrinologista